As amígdalas, também chamadas de tonsilas, são duas zonas de tecido linfoide localizadas em ambos os lados do fundo da garganta, ao lado da úvula (campainha). Atualmente, sabe-se que essas estruturas ajudam o organismo a combater infecções.
Isso porque, no tecido linfoide, há reconhecimento de micro-organismos, como bactérias e vírus, que penetram na cavidade oral, o que ajuda o sistema imunológico a produzir anticorpos e ter uma resposta mais rápida.
Há algumas décadas, extrair as amígdalas era muito comum, visto que a produção de anticorpos é mais exuberante na infância e decai até os 3 anos de idade. Hoje, os médicos preferem evitar o procedimento, mas existem algumas situações em que é preciso realizar a cirurgia de amígdalas para ter qualidade de vida.
Saiba, neste post, o que é a amigdalectomia, como a cirurgia é feita, quando ela é indicada e quais são os cuidados necessários no pré e pós-operatório. Acompanhe!
Se as amígdalas nos protegem, por que algumas pessoas têm que retirá-las?
As amígdalas são a primeira linha de defesa do corpo, afinal, a maioria dos micro-organismos que causam doenças entra pela boca ou pelo nariz. Durante a resposta imunológica, o próprio tecido pode se contaminar, seja por vírus, seja por bactérias, seja por fungos, causando a amigdalite ou inflamação das amígdalas. Esse quadro pode acometer tanto adultos quanto crianças, mas a doença é mais comum na infância e na adolescência.
Em algumas pessoas, a amigdalite é de repetição, ou seja, acontecem vários episódios de dor de garganta durante o ano. Acredita-se que, devido às inflamações recorrentes, as amígdalas perdem o seu potencial de defesa, tornando-se um ambiente favorável para a multiplicação de patógenos. Além disso, é comum que, na fase adulta, a proteção desse tecido não seja mais importante para o sistema imune.
Com o tratamento, os sintomas cessam por algumas semanas, mas os agressores retornam e a pessoa pode adoecer novamente. É por esse motivo que indivíduos com mais de 5-6 quadros de amigdalite em 1 ano ou mais de 3 quadros em 6 meses ou quando presença abscessos isolados e recorrentes são candidatos à cirurgia de retirada das amígdalas.
Quais são as outras indicações para a cirurgia de amígdala?
Em alguns casos, o crescimento das amígdalas é tão exagerado que a pessoa apresenta dificuldade para respirar e para engolir, sendo uma indicação.
Além disso, durante o sono, há um estreitamento da faringe, que somada à grande dimensão das amígdalas hipertrofiadas, provoca a apneia obstrutiva do sono, quadro em que há interrupção da respiração durante a noite e roncos frequentes. Esse processo fragmenta o sono e pode trazer prejuízos à memória, ao crescimento, ao aprendizado e ao comportamento, principalmente da criança. Assim, recomenda-se a cirurgia.
Na idade adulta, uma indicação mais comum é o mau hálito causado pelas amígdalas caseosas. Nesse quadro, o tecido linfoide não é alvo de infecções, mas acumula uma secreção branca em sua superfície chamada cáseo amigdalino, que pode ser confundido com pus e exala um cheiro desagradável.
Essa situação é benigna e acontece devido à digestão de detritos da orofaringe pelas amígdalas. Além da halitose ou mau hálito, a secreção pode causar a sensação de corpo estranho ou desconforto na cavidade oral. Sendo assim, também é uma indicação de cirurgia.
Não há faixa etária correta para a realização da cirurgia, mas acredita-se que seja melhor realizá-la após os dois anos, visto que, até essa idade, as amígdalas ainda têm um papel importante na imunidade.
O que é a amigdalectomia e como ela é feita?
Amigdalectomia é o termo médico para a cirurgia de remoção das amígdalas. Esse processo pode ser feito em conjunto com a extração das adenoides, tecidos linfoides que também podem se hipertrofiar e prejudicar a respiração. No entanto, é preciso que a pessoa consulte um médico de confiança para que ambas as cirurgias sejam bem indicadas. Em alguns casos, somente a cirurgia de amígdalas pode resolver o problema.
A retirada das amígdalas é um procedimento relativamente simples e que dura cerca de 30 minutos a 1 hora. No entanto, ele deve ser feito em ambiente hospitalar e com anestesia geral.
O médico otorrinolaringologista, especialista em garganta, retira o tecido pela boca. A extração pode ser feita com a técnica convencional, em que um bisturi é usado para dissecar as amígdalas, ou por meio de laser. Na cirurgia convencional, retira-se toda a amígdala, o que deixa a musculatura da garganta exposta. Já a cirurgia a laser reduz as amígdalas até a sua base, o que não expõe os músculos, tornando a recuperação menos dolorosa.
No entanto, como o tecido não é retirado por inteiro, o paciente pode precisar refazer a cirurgia, caso apresente novamente dores de garganta. Sendo assim, o modo convencional ainda é o mais realizado. O tipo de cirurgia é pessoal e depende do quadro, desse modo, é essencial confiar na indicação do cirurgião.
Como são o pré-operatório e o pós-operatório?
O pré-operatório costuma ser bem simples, visto que a cirurgia de retirada de amígdalas não oferece muitos riscos. É importante que o paciente realize os exames solicitados pelo médico para verificar seu estado de saúde e que cumpra o período de jejum indicado.
O pós-operatório é mais fácil para crianças do que para os adultos. Normalmente, os pequenos retomam a alimentação mais rapidamente e sentem dor por menos dias. Sendo assim, o tempo de recuperação para as crianças fica em torno de 10 dias, enquanto para os adultos pode durar até 20 dias.
Nos primeiros dias, é indicado que o paciente consuma somente alimentos líquidos ao natural ou gelados, como caldos e sucos de frutas. É comum que haja um pouco de sangue na saliva, mas, caso ocorra sangramento ativo, é preciso procurar o médico.
Quando a pessoa tolerar, pode-se inserir alimentos pastosos na dieta, que estejam em temperatura ambiente. Após o 7º dia, o paciente deve tentar retomar aos poucos a alimentação normal. No entanto, é imprescindível evitar comidas que possam ferir a garganta.
Durante o período de recuperação, forma-se uma placa branca no local da incisão que não deve ser confundida com pus. A fibrina (placa) é indicativa de cicatrização e o paciente pode ter mau hálito nessa fase. Pode ocorrer otalgia reflexa, uma dor de ouvido que é frequente e não está associada a doenças.
É importante evitar exercícios físicos e esforços exuberantes por cerca de 1 mês e ter cuidado na hora de escovar os dentes. Os pontos da cirurgia caem por conta própria, não sendo necessário retirá-los em consultório. Por fim, deve-se seguir estritamente todas as recomendações do médico.
Apesar de ser um procedimento relativamente simples, a cirurgia de amígdalas oferece alguns riscos, assim como toda operação. É por esse motivo que deve-se procurar um especialista na região a ser operada, afinal, esse médico conhece todas as estruturas e estará apto para lidar com possíveis complicações.
Nesse caso, o profissional de escolha é o otorrino, médico especialista em ouvido, nariz e garganta. Entre em contato com a Otorrino DF e agende uma consulta com um otorrinolaringologista para resolver o seu problema! Contato (61) 3542-2803.
Comments